Eu danço. Eu danço com o barulho da chuva, dos carros, e da música alta que invade meus ouvidos. Me movo no balançar das arvores, no ritmo da correnteza e dos passos que ecoam ao meu redor. Mexo meu corpo em sintonia com meu sentimento, soltando aos poucos a fera que há dentro de mim, sedenta para se livrar de todas as angustias guardada por tempos.
No começo, era apenas um passatempo. Não entendia quem conseguia se expressar por meio de uma simples batida. Para mim, era coisa de louco.
Mas foi questão de menos de um ano, para mim realmente entender o significado de tudo. As dores para atingir um movimento exato, tantos ensaios exaustivos e os hematomas por movimentos mal feitos. É mais do que isso. É você tendo controle do próprio corpo para poder executar oque quiser, são todos os ensaios para alcançar a perfeição, e hematomas servem para deixar marcas te mostrando o quanto você evoluiu.
Meses e meses de ensaio duro, para chegar no palco, passar cinco minutos (ou menos) suando, expressando toda uma historia apenas com movimentos, correndo risco de não ser aplaudida, de ser vaiada, ou de ganhar uma péssima crítica.
Mas esse é o mundo da dança. E realmente, do fundo do meu coração, eu não ligo para todas as más coisas. Eu só quero aproveitar enquanto eu ainda posso escutar a música, enquanto minhas pernas ainda tem forças de me suportar.
Não é o ritmo nem os passos que fazem a dança
Mas a paixão que vai na alma de quem dança.
